Tá, eu sei que me repito. Mal de quem fala demais, de quem não consegue
se conter, de quem ainda não encontrou um silêncio adequado. Já me
esqueci o código combinado, de como suspender o estado bélico. Difícil
demais viver hoje, difícil demais brigar, eu mesma, com a minha
incrível capacidade de não querer contrariar. As pessoas são tão
irritantes quando não são você. E eu que não consigo mais ser a
pessimista reclamona acabo ignorando tudo que irrita. Não precisa
muito, as letrinhas no papel e tudo bem. Quais eram mesmo os problemas
todos que eu inventei dias atrás, eu não me lembro. A cidade caiu hoje,
eu só consegui achar bem bonita a cor da chuva que chegou tão perto,
mas nem. E depois não tive tempo pra mais nada. E isso é bom.
De novo, sem mover um músculo, eu me repito. Elas insistem e não me deixam dormir, essas idéias.
De idéias antigas, elas, que não me deixam dormir, essas idéias.
Preciso de um novo fuso e alguém disposto a ver as notícias por mim.
Exausta, só.
As pessoas querem coisas. As pessoas, as coisas. E eu duvido que
queiram mesmo - é preciso duvidar de tudo. Porque triste é ter certeza.
Na minha mais nova modalidade de sentir o que é verdade e não acreditar
até o último instante, ah, muito complicado e eu não conseguiria
explicar. A minha mais nova modalidade vanish e perfex, desinfetar o
mundo de qualquer sinal da minha existência. Em outro sentido, misturo
aquilo que aprendi e nem queria. Minhas coisas irremediavelmente
cheirosas com a nova técnica, fragrância entre as roupas da gaveta.
Pode ficar com o resto, já que eu nem queria mesmo.
Decido e este
não é o momento de disputar nada com ninguém: preguiça. Ah. E no
silêncio - ainda que se tenha o que dizer - vão me ver sorrindo, mas só
quando eu quiser. Sorrir.
Tenho calma e esperança, isso tudo vai acabar em dois tempos, quero nem
ver. Mesmo assim, é como seu eu estivesse aqui pra isso. Maior bom, só,
sozinha e pronto, não enche-e.
Bem agora, meu pé no chão, eu começo a entender o mundo físico.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
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