sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Desespero,*



Refrigera a minha alma. (Sl 23.3)

Pergunto-me se você pode imaginar a se mesmo numa selva. Um densa selva. Uma selva escura. Seus amigos o convenceram de que era tempo para uma daquelas raras viagens da vida, e aqui está você. Você pagou a passagem. Você cruzou o oceano. Você alugou o guia e juntou-se ao grupo. E você aventurou-se onde nunca antes aventurara.
- no profundo e estranho mundo de uma selva. Parece interessante? Vamos dar um passo adiante. Imagine que você está na selva, perdido e sozinho. Você parou a fim de amarrar os cordões da bota, e quando levantou os olhos, não havia ninguém por perto. Você arriscou e foi para a direita; agora está se perguntando se os outros não foram para a esquerda (Ou você foi à esqueda, e eles a direita?) De qualquer modo, você está sozinho. E você tem estado sozinho...por...bem, você não sabe quanto tempo se passou. Seu relógio estava na mochila, e sua mochila estava nos ombos de um gentil rapaz, que voluntariamente a segurou enquanto você amarava as botas. Você não pretendia que ele a carregasse, mas ele o fez. E aqui está você, emperrado no meio de lugar nenhum. Você tem um problema. Primeiro, você não foi  feito para este lugar. Deixassem você num centro de avenidas e edifícios e você poderia farejar o caminho de casa. Mas aqui, nestes altos blocos de folhagem? Aqui nestas trilhas escondidas por entre o mato? Você está fora de seu elemento. Você não foi feito para essa selva. E o que é pior: você não está equipado. Você não tem facão. Não tem faca. Não tem fósforo. Não tem luz. Não tem comida. Você não está equipado, mas acha-se numa armadilha- e não tem a menor idéia de como sair. Parece-lhe divertido? Nem para mim. Antes de prosseguir, façamos uma pausa e indaguemos como você se sentiria. Em tais circunstâncias, que emoçõs viriam à tona? com que pensamentos você lutaria? Medo? Claro que sim. Ansiedade? No mínimo. Raiva? posso entender isto (Você gostaria de pôr as mãos naquela gente que o convenceu a fazer esta viagem.)
Porém, acima de tudo, e quanto ao desespero? Nenhuma idéia de para onde se voltar. Nenhuma intuição do que fazer. Quem poderia culpar você por sentar-se num toco, enterrar o rosto nas mão e pensar, que nunca sairei daqui? Você não possui direção, nem equipamento, nem esperança. Você pode congelar esta emoção por um momento? Você pode perceber, por um segundo apenas, como é sentir-se fora de seu elemento? Sem soluções? Sem idéias ou energia? Você pode imaginar, apenas por um momento, como é se sentir sem esperanças? Se você pode, poderá relacionar-se com muitas pessoas neste mundo. Para muita gente, a vida é...bem, a vida é igual a uma selva. Não um selva de árvores e feras. Fosse assim seria simples. Fosse assim, nossas selvas poderiam ser cortadas com um facão, e nossos adversários, capturados numa gaiola. No entanto, as nossas selvas compreendem as mais densas moitas de saúde enfraquecida, corações partidos, e carteiras vazias. Nossas florestas são constituídas de paredes de hospital e tribunais de divórcio. Lá fora é a selva. E para alguns, mesmo para muitos, o suprimento de esperança é pequeno. O desespero é um fardo excedente. Ao contrário dos outros, ele não é cheio. É vazio, e a sua vacuidade produz peso. Não é um quadro muito bonito, é? Vamos ver se podemos clareá-lo mais. Já imaginamos as emoções de alguém perdido; acha que podemos fazer o mesmo com alguém resgatado? O que seria necessário para restaurar-lhe a esperança? o que você precisaria para reenergizar a sua jornada? Embora as respostas sejam abundantes, três chegam rápido à mente. A primeira seria uma pessoa. Não qualquer pessoa. Você não precisa de alguém igualmente confuso. Você precisa de aguém que conheca o caminho para fora. E dele você precisa alguma visão. Você precisa de alguém que levante o seu ânimo. Você precisa de alguém que olhe nos seus olhos e diga: "Isto não é o fim. Não desista. Há um lugar melhor que este. E eu o conduzirei para lá". 
 E, talvez o mais importante, você precisa de direção. se você tem apenas uma pessoa, mas não uma visão renovada, tudo o que você tem é companhia. Se ele tem uma visão, mas não direção, você tem um sonhador por companhia. Porém se você tem uma pessoa com direção - que possa tirá-lo deste lugar  - ah então você tem alguém que pode restaurar-lhe a esperança. Ou, para usar as palavras de Deus, "Ele refrigera a minha alma". Nosso Pastor é especialista em restaurar a esperança da alma. Seja você uma ovelha perdida na borda de um penhasco, ou um atrapalhado, sozinho na selva tudo muda quando aparece o seu Salvador. Sua solidão diminui, porque você tem companhia. Seus desespero decresce, porque você tem visão. Sua confusão começa a dissipar-se, porque você tem direção. Note, por favor: você não deixou a selva. As árvores ainda eclipsam o céu, e os espinhos ainda arranham a sua pele. Os animais espreitam e os roedores correm. A selva ainda é uma selva. Ela não mudou, mas você sim. Você mudou porque você tem esperança. E você tem esperança porque encontrou alguém que pode guiá-lo para fora. Seu Pastor sabe que não foi feito para este lugar. Então Ele veio a fim de conduzi-li para fora. Ele veio para refrigerar-lhe a alma. Ele é a pessoa perfeita para fazê-lo. Ele tem a visão correta. Ele lembra de que você é: "Como peregrinos e forasteiros neste mundo". e Ele insiste para que você levante os olhos da selva à sua volta para o céu. "Não prossiga arrastando-se com os olhos no chão, absorvido com as coisas à sua frente. Olhe para cima, e esteja aberto às coisas à roda de Cristo..." Veja as coisas da perspectiva dele. Deus, o nosso libertador, tem a visão correta. Ele possui também a direção certa. Ele tem a visão correta: Ele avistou a pátria. Ele possui a direção certa: Ele abriu o caminho. Porém, acima de tudo, Ele é a pessoa certa, porque Ele é o nosso Deus. Quem conhece melhor a selva senão Aquele que a criou? E quem conhece melhor as armadilhas do que Aquele que ja a trilhou? 
Conta-se a história de um homem num safari, na densa selva africana. O guia adiante dele possuía um facão e ia cortando a vegetação. O viajante, cansado e bravo, perguntou frustado: "Onde estamos? Você sabe aonde está me levando? Cadê o caminho?" O experimentado guia parou, olhou para trás e respondeu: "Eu sou o caminho." Indagamos a mesma coisa, não? Perguntamos para Deus: "Para onde estás me levando? Cadê o caminho?" E Ele, como guia, não nos conta. Oh, Ele pode dar-nos uma sugestão ou duas, (Faculdade, Betel)  Mas não tudo. Se Ele o fizesse, entenderíamos? Compreenderíamos a situação? Não, assim como o viajante, somos alheios à selva. Então, em vez de dar-nos uma resposta, Jesus nos dá uma dádiva muito maior. Dá-nos a si mesmo. Ele remove a selva? Não, a vegetacão ainda é cerrada. Ele elimina os predadores? Não, o perigo ainda espreita. Jesus não dá esperança mudando a selva; Ele restaura a nossa esperança dando-nos a si próprio. E Ele prometeu estar conosco até o fim. Precisamos deste lembrete. Todos precisamos. Pois todos carecemos de esperança. Alguns de vocês não precisam dela exatamente agora. Sua selva tornou-se uma campina, e sua viagem, um deleite. Se este é seu caso parabéns. Mas lembre-se: não sabemos o que o amanhã retém. Não sabemos aonde vai dar esta estrada. Você pode estar a curva do cemitério, do leito de um hospital, de uma casa vazia. Você pode estar na curva da estrada para uma selva. E embora você não necessite ter a sua esperança restaurada hoje, poderá necessitar amanhã. E você precisa saber para quem se voltar. Ou talvez você precise hoje mesmo. Você sabe que não foi feito para este lugar. Você sabe que não está equipado. Você quer que alguém o tire daí. Se assim é, chame por seu Pastor. Ele conhece a sua voz, e está apenas esperando seu pedido.



Rafinha Queiroz :)