Posso falar a verdade sobre mim e é aquela que diz: é muito fácil agradar quando se disponibiliza os acessórios necessários.
Se tiver faltando um, acabou para sempre.
Universal.
Ninguém aguentará me ver chorar.Queria poder falar de tudo no passado, mas o que tenho é um eterno hoje. Hoje do dia que alguém na Etiópia morre de fome.
É
assim. Todos sabem que alguém morre de fome na Etiópia neste minuto,
mas ninguém fica o tempo todo pensando nisso. De tanto saber, se
esquece, apesar de estar armazenado. Mas eu me lembro sempre. Eu sou o
etíope. Hoje é um dia terrível, assim como foi hoje e hoje e hoje. Eu
sou hoje. Estou novamente hoje. Serei hoje, como fui. Hoje.
Dane-se viver tudo como se fosse morrer amanhã.
Prefiro vacilar e dormir mais um pouco.
Vou
morrer amanhã, qualquer um pode morrer amanhã. E, rigorosamente,
sentirei um arrependimento saudável, afinal de contas, não passei por
cima de ninguém.
Não agir demais, não agir quase nada e ter tudo na mais perfeita ordem. Não-agir mais.
As teclas gritam aqui.Acordei
depois de um dia ruim e vivo acordando no mesmo dia. Não precisa se
esforçar para ver que isso não é bom. E ninguém mais agüenta o meu dia
triste de hoje. Ninguém me salva do maldito hoje. Sou a pessoa mais
repetitiva do mundo em um presente infindável. Se ainda
assim consigo ser doce, é porque faço um esforço enorme, mas sem
esperança de recuperar um day after mais razoável que este. Depois de
quatro folhas de papel pautado preenchidas a lápis, volto às letrinhas
eletrônicas para ver um alívio. Inovações próprias.Um dia, fui respirar fundo. Alguém veio tapar a minha boca e o meu nariz e me prender no dia de hoje. Pensei: ah, a felicidade corteja a luz, então acreditamos que o
mundo é alegre; o sofrimento esconde-se a distância, então supomos que
não haja sofrimento.
– Não, não consigo acreditar. Tenho certeza de que já lhe ocorreu desejar uma outra vida.
Respondi-lhe
que, naturalmente, mas que isso era tão importante quanto desejar ser
rico, nadar mais depressa ou ter uma boca mais bem-feita. Era da mesma
ordem. Mas ele me deteve e quis saber como eu imaginava essa outra
vida. Então, gritei– Uma vida na qual pudesse me lembrar desta vida.
Com toda certeza o problema do mundo se constitui na obrigatoriedade de
se aceitar o outro como ele é, e isso é o que faz as pessoas se
agredirem por aí. Pacifismo transverso, à base de muito chute no
estômago e tapa na cara. Ironicamente, a condição é essa. Não sei fazer piadas e vou permanecer por um bom tempo.
Acontece. Qualquer coisa, eu pego um táxi.(como se aqui tivesse táxi)
Tenho perdido muito das palavras bestas que sempre me acompanharam por
me deter cada vez mais no significado delas e no efeito real que possa
ter causado. Deixo de lado o urgente e passo a me dedicar à beleza do
óbvio, não o óbvio ele mesmo. Evitei ao máximo, mas tive que sair,
viajar. O antidepressivo faz dormir e aceitar a distância.
Os fluxos de gente. Se as pessoas certamente estavam desesperadas para
encontrar outras. estavam sozinhas Concluía: Se for impossível ter
aquele Queria mais que tudo ter sua dor olhar sobre as coisas então não
quer mais abrir os olhos. na gaveta do armário estão todos em coma
profundo. Os fluxos de gente pensamentos E o pensamento sobre aquele
não era próprio, entrava no quarto. Explicar, continuariam mentindo
mais, continuariam com opiniões variadas, palavras diferentes. e
irritava Não era só pessimismo, não era só futilidade. Muito menos
histeria.. Os fluxos de gente Então só pode ser egoísmo tudo, a mínima
coisa, só causa aflição. Como todos. Quinze, vinte minutos em um mesmo
assunto. só que diferente Sem solução. Se fosse possível pensar dentro
da cabeça, sentir como se sente, o que se sente.é difícil dizer o que se pensa Há tanto melhor e mais relevante
no mundo. E se eu me cansar do cor-de-rosa? Há tantos vazios a preencher quanto mais se pensa
no que dizer sobre o que se pensa. Pretendo fazer uso das idéias alheias para todo o sempre
Dói menos assim, sem pensar por si só, sem pensar em mim.
E quem gosta de miséria vai se apaixonar por aquilo que acaba sem nunca chegar ao fim.
A mim me parece que a felicidade tem a cor verde, azul e rosa.
Assim como a solidão sempre foi transparente.
Qualquer tentativa de verbalizar é medíocre.
Arranca sorrisos boboalegres.
A felicidade?... esquece.Minha cabeça agora pensa rápido. Num segundo tenho o passado, o
presente e o futuro. Se ouvir o que tenho a dizer, nem precisa viver.
Pareço uma novela reprisada. Preciso parar de ver. Mas o filme continua
e, antes de amanhecer, sei a que horas vou dormir no dia seguinte.
Ninguém vai surpreender qualquer outro que seja. Eu já sei de tudo, e é
tão fácil saber.
É difícil explicar. Gosto mesmo é das coisinhas. Livrinhos,
musiquinhas, nada de obra-prima. Pequenas criaturas, seres ínfimos ao
invés da grande pessoa. Detalhes fazem perder a cabeça por dez
segundos. Apenas. Como dividir coca-cola no pátio. Como perceber um
sorriso escondido.
Resolução única para o ano que
chega: nada de lutar contra, nada de causar problemas a ninguém. O ser
da não-existência infinita. Para sempre feliz-triste-eu.
O choro é sempre egoísta, não há amor eterno que seja correspondido, já
disseram isso em letrinhas e eu entenderei como quiser. Digo ainda que
as coisa bonitas não devem ser ditas e as coisas felizes não devem ser
escritas; tudo isso deve ser muito, mas muito bem vivido.
Com a falência iminente (vai acontecer) das famílias, das certezas, no
meio do caos eu ainda consigo ter um sorriso de canto quase ignorante.
Emburreço, empalideço, não sei mais usar as palavras, nada de idiomas.
A memória falha e, invariavelmente, recebo correções. Mas, sozinha, a
razão me acompanha, e algo me diz que devo economizar nisso tudo,
guardar para o futuro. E eu não quero, não consigo. Será assim agora.
Menos articulação, mais coisas a se sentir sem pensar direito no que se
sente. O mundo é Vontade. Se tudo de aborrecido que já me aconteceu me
fez chegar até aqui, ah que bom.
A dispersão ocorre com muito mais intensidade para as ondas luminosas
de freqüências altas, como o azul e o violeta. Desta forma, quase toda
a luz de cor azul é espalhada ao redor do céu em todas as direções. As
ondas luminosas de baixas freqüências, como o vermelho e o laranja,
quase não sofrem dispersão ao atravessar a atmosfera, portanto atingem
em maior quantidade a superfície da Terra. Ando uns poucos quilômetros para ver o céu azul. E isso só me faz pensar em mim mesma. Eu nunca me engano.
Ah, todos nós somos uma mistura do melhor que podemos ser, daquilo de
pior - com tendências variáveis. O problema é sair do melhor para o
pior em segundos. Se uma vez quero morar no vão do Masp para sempre,
logo em seguida prefiro não existir para sempre e a mesma cidade é tão
inóspita. Eu posso estar na China que vai ser assim. E a vida continua,
e as coisas estão bem longe, e depois tudo de novo. Volto para os 19%
de umidade relativa, até podia ser menos já que agora... não há nada a
fazer.
idiota adj. e s2g.1.Que ou quem é pouco inteligente; tolo, estúpido, imbecil. 2. Que ou quem é pretencioso. idiotice sf.
Da etimologia: distrair-se, estar alheio, alhear-se.
"Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro
Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro
Eu não consigo"
Nos dias certos, nos dias exteriores da minha vida,
Nos meus dias de perfeita lucidez natural,
Sinto sem sentir que sinto,
Vejo sem saber que vejo,
E nunca o Universo é tão real como então,
Nunca o universo está (não é perto ou longe de mim,
Mas) tão sublimemente não-meu.
Depois da dor, o vazio. E eu não sei mais sofrer.
Ninguém se mexe. Porque eu quero que o tempo fique. Porque ainda tento
fazer tudo parar e permanecer em um instante. Porque se tivesse que
acontecer tudo de novo e eu pudesse escolher onde parar, seria... ali.
Já foi. Ninguém mais se lembra, só a minha própria memória dos infernos.
Sem idéias, apenas lembranças distorcidas, vultos de lágrimas que não
deixam ver. Não aprendeu matemática. Sabe até contabilizar bem os
eventos, apesar de não decidir se soma, divide, multiplica ou subtrai.
Quando
o simples ato de fechar as cortinas antes de dormir se transforma na
imagem do mais puro desespero. Da dor infantil, psicológica sempre,
vazio sem fim. A droga do cotidiano, o prosaico persegue, manda seguir
em frente.
Um ano acabando, sofreguidão e ansiedade por um novo período sem tanta melancolia. Nem que seja na marra.
Ia escrever, mas uma presença me perturba.
A não presença, eu tenho a qualidade de não existir.
Apesar de ter um corpo.
"Porque nostalgia pode ser apenas saudade de si mesmo.
De não poder voltar para ser o que era."
Obrigada.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Vc entenderia?
Qual o problema de ser feliz por apenas alguns minutos diários? Não há
problema, mas incômodo. Para que nada de mal aconteça, tudo tem que
estar sempre mal. Péssimo. Aí não há perigo de haver péssimas notícias.
Ou pelo menos, se não houver felicidade, não há o que estrague a
felicidade. Nem por alguns minutos. A insistência em não realizar o que
está só esperando ser realizado é para não correr o risco de estragar
tudo. Só falta colocar em ordem, como já foi dito. O pensamento está
aqui, mas não tem ordem ainda. Ou não tem coragem de aparecer. Ou
aparece nos piores momentos.
A luz laranja que sai dos olhos mais bonitos do mundo, que olha as coisas como se elas fossem lindas, podiam ser meus. E não são. Nem meus nem de ninguém. E se eu pedir para aumentar o volume da voz, tenho certeza que serei compreendida, atendida rapidamente. O melhor é não precisar de explicações. De não ter que detalhar um pedido qualquer, por mais complexo.
Um brinquedo pode ser capaz de ler a minha mente, mas não a sua.
Pura falta de tempo de não ficar sozinha. É uma coisa de só eu mesma me suportar, agüentar firme a melancolia que não se define perante o fingimento puro e o conforto. Conversas sem fim me assombram. Gosto mais é de falar em silêncio.
O que eu queria dizer simplesmente não saiu da minha boca.
Uma morta. Uma morta e feia. A morta é feia.
Como os medíocres não têm o que dizer.
Uma sala escura e trancada, não há quem faria isso comigo.
Eu já disse o que sei, só falta colocar ordem.
Mas vamos ver como vai ficar agora que eu descobri que as coisas funcionam assim.
Mas eu fui embora porque quis. Não foi?
São essas as pessoas que têm vida.
Eu sou assim. Uma chata ideal.
Foguetes e cometas que ainda não atingiram as idéias certas.
Não seria demais o que eu queria. Se não, chorar. E muito.
Seu dia começa e sua cabeça já dói. Ela precisa mais de você.
Muito tempo, muito tarde. Cozinha, copo, água, remédio, mil goles.
A mentira supera a verdade em muitos quesitos. Mas não deixa de ser a mais pura mentira. Tenho um ódio verdadeiro crescendo e uma miséria inteira dentro de mim. Uma miséria solitária que vem suspirando cada vez mais satisfeita por pertencer a mim. Não importa o que digam (as pessoas sempre têm algo reconfortante para dizer quando eu menos preciso) nada vai mudar a minha qualidade de pessoa mais mentirosa que já existiu. Não há abraço ou aperto de mão, não há contrato assinado nem olhar profundo que me faça melhorar. Estar convencido de que se é insignificante é sinal de lucidez. A mais pura e mentirosa (não vai deixar de ser) lucidez.
E se agora eu não consigo e nem quero encarar ninguém a culpa é exclusivamente minha. A minha lucidez e arrogância. A vontade de ser ou parecer perfeita. Não há manual para isso. São anos e anos de experiência mórbida de autoconhecimento. Não há droga que cure, não há comédia que melhore, não há palavra cruzada. Não há ópio suficiente no mundo. Não há plástica de nariz ou obturação.
E que espanto é esse? A vida é assim.
Não vou mais incomodar ninguém com excessos de raciocínio. E não vai mais precisar vir até aqui dizer que tudo está bem, que o pior já passou ou então que muito mais dificuldade virá. Envergonha-me fazer com que todos saibam, mas as palavras de conforto ensaiadas e melhoradas não mais fazem efeito. Pelo contrário, causam alergia e irritação. São mortais.
Porque isso tudo de amor é sobre mim, só eu. Eu quero ganhar alguma coisa nessa vida. Sou eu e mais ninguém. Não tem isso de você e outras pessoas. Sou eu tentando ganhar o meu.
Não sei mesmo dizer se ouvi ou não o despertador tocar. Sei é que torci de verdade para não acordar hoje e não ver tudo dando errado de novo, e de novo. Não que dê errado mesmo, é só que nada acontece de verdade. Mais irritante ainda é essa chuva de três dias. E tem também aquilo de não se livrar das coisas da cabeça, isso que não passa. Pior ainda é pensar em arrumar a cama quando na verdade os músculos já se mexeram pra isso ontem, semana passada. E é isso todo dia, arrumar a cama, esticar o lençol para dez minutos depois deitar sem poder fazer um só movimento, uma vontade louca de deitar e fechar os olhos. Daí fechar os olhos e ver que não tem sonho, que não tem sono, que não tem pensamento bom. É só vontade de fazer alguma coisa bem ridícula ou errada, alguma coisa que mude o estado de pré-coma.
A música é incrivelmente brega, mas não tem problema. Quem inventou as calças de seda para pijama? Japoneses, orientais. Dizem que o bicho da seda é tão ou mais importante, em termos de invenção, quanto os maiores cientistas. O vizinho é brega, mas faz companhia. Quem se importa se os pijamas de seda estão aí?
E não dá para não pensar se a cabeça fica latejando para sempre e a consciência dizendo que está tudo uma grande merda. Ficar estátua não é uma boa idéia, mas pelos menos não desarruma a cama, que foi toda pensada por alguém que tinha muito o que fazer e não via a inutilidade na arrumação diária. Garganta estourada e o pescoço que não se sustenta por muito tempo.
A dor de cabeça quando começa a amanhecer. E a música brega. Caso o telefone tocasse poderia até rir das repetições do andar de cima. Ou da frase sobre bichos de seda. Mas nada vai acontecer enquanto as melhores e mais impensadas atitudes não forem tomadas. Lição número um ou apenas uma idéia idiota? Perguntas sem respostas como aquela sobre o bicho de seda.
A garganta estourando e ainda assim eu grito. É verdade que eu não falo baixo quando sei que estou certa.
É engraçado mas agora mesmo estou certa de que alguma atitude perdida devia ter sido tomada. Sou feliz demais para dizer que poderia me matar, mas se pelo menos eu morresse sem querer, já teria a ver com o alívio.
A luz do abajur é rosada e os corações da calça do pijama também. Queria ter feito mais por mim mesma durante os anos em que podia. Mas agora é coisa de ser tarde. É coisa de ser enjoada, de ser atrasada, de ser retrógrado demais. De ser inútil, de ter chegado na hora errada ou ter um bode na sala. O mesmo tipo de música deprimente cantada em inglês e francês. Uma coletânea de novela. Greatest hits. Novelas. Love songs. Uma coisa feia e grande.
Respirar sem pensar. Se pensar, é sufocar. Estar errado é profundamente irritante para qualquer um. Queria acreditar que aquilo tudo era mesmo sem sentido, que era inútil, a coisa mais inútil do mundo. Queria mesmo recuperar a lucidez e parar de pensar que perdi a chance da vida de ter chegado até o fim em alguma coisa, mesmo que fosse aquilo. E era muito fácil tomar uma atitude de vez, estava tudo nas mãos quando tomei a decisão, novamente, de esperar pelos outros. Repetição, assunto recorrente, mas quem se importa? Se for assim o jeito que a pessoa encontra de ter forças para tomar o próximo copo d’água no dia, não há problema. Dizem que o ideal diário é 8 litros. Bem mais da metade disso, dependendo do grau da concentração de tentar viver sendo triste. De segurar a alegria para momentos banais, desperdiçar propositalmente. Por mais que digam tudo a respeito do meu sorriso, não me lembro de sorrir muito. Não sinto ter sorrido esse tanto.
Às três da manhã começei a prestar atenção no teto.Chorei soluços. Sem lágrimas mesmo. Sem sentido. Contorcendo-me na cama até pegar no sono pesado.
A luz laranja que sai dos olhos mais bonitos do mundo, que olha as coisas como se elas fossem lindas, podiam ser meus. E não são. Nem meus nem de ninguém. E se eu pedir para aumentar o volume da voz, tenho certeza que serei compreendida, atendida rapidamente. O melhor é não precisar de explicações. De não ter que detalhar um pedido qualquer, por mais complexo.
Um brinquedo pode ser capaz de ler a minha mente, mas não a sua.
Pura falta de tempo de não ficar sozinha. É uma coisa de só eu mesma me suportar, agüentar firme a melancolia que não se define perante o fingimento puro e o conforto. Conversas sem fim me assombram. Gosto mais é de falar em silêncio.
O que eu queria dizer simplesmente não saiu da minha boca.
Uma morta. Uma morta e feia. A morta é feia.
Como os medíocres não têm o que dizer.
Uma sala escura e trancada, não há quem faria isso comigo.
Eu já disse o que sei, só falta colocar ordem.
Mas vamos ver como vai ficar agora que eu descobri que as coisas funcionam assim.
Mas eu fui embora porque quis. Não foi?
São essas as pessoas que têm vida.
Eu sou assim. Uma chata ideal.
Foguetes e cometas que ainda não atingiram as idéias certas.
Não seria demais o que eu queria. Se não, chorar. E muito.
Seu dia começa e sua cabeça já dói. Ela precisa mais de você.
Muito tempo, muito tarde. Cozinha, copo, água, remédio, mil goles.
A mentira supera a verdade em muitos quesitos. Mas não deixa de ser a mais pura mentira. Tenho um ódio verdadeiro crescendo e uma miséria inteira dentro de mim. Uma miséria solitária que vem suspirando cada vez mais satisfeita por pertencer a mim. Não importa o que digam (as pessoas sempre têm algo reconfortante para dizer quando eu menos preciso) nada vai mudar a minha qualidade de pessoa mais mentirosa que já existiu. Não há abraço ou aperto de mão, não há contrato assinado nem olhar profundo que me faça melhorar. Estar convencido de que se é insignificante é sinal de lucidez. A mais pura e mentirosa (não vai deixar de ser) lucidez.
E se agora eu não consigo e nem quero encarar ninguém a culpa é exclusivamente minha. A minha lucidez e arrogância. A vontade de ser ou parecer perfeita. Não há manual para isso. São anos e anos de experiência mórbida de autoconhecimento. Não há droga que cure, não há comédia que melhore, não há palavra cruzada. Não há ópio suficiente no mundo. Não há plástica de nariz ou obturação.
E que espanto é esse? A vida é assim.
Não vou mais incomodar ninguém com excessos de raciocínio. E não vai mais precisar vir até aqui dizer que tudo está bem, que o pior já passou ou então que muito mais dificuldade virá. Envergonha-me fazer com que todos saibam, mas as palavras de conforto ensaiadas e melhoradas não mais fazem efeito. Pelo contrário, causam alergia e irritação. São mortais.
Porque isso tudo de amor é sobre mim, só eu. Eu quero ganhar alguma coisa nessa vida. Sou eu e mais ninguém. Não tem isso de você e outras pessoas. Sou eu tentando ganhar o meu.
Não sei mesmo dizer se ouvi ou não o despertador tocar. Sei é que torci de verdade para não acordar hoje e não ver tudo dando errado de novo, e de novo. Não que dê errado mesmo, é só que nada acontece de verdade. Mais irritante ainda é essa chuva de três dias. E tem também aquilo de não se livrar das coisas da cabeça, isso que não passa. Pior ainda é pensar em arrumar a cama quando na verdade os músculos já se mexeram pra isso ontem, semana passada. E é isso todo dia, arrumar a cama, esticar o lençol para dez minutos depois deitar sem poder fazer um só movimento, uma vontade louca de deitar e fechar os olhos. Daí fechar os olhos e ver que não tem sonho, que não tem sono, que não tem pensamento bom. É só vontade de fazer alguma coisa bem ridícula ou errada, alguma coisa que mude o estado de pré-coma.
A música é incrivelmente brega, mas não tem problema. Quem inventou as calças de seda para pijama? Japoneses, orientais. Dizem que o bicho da seda é tão ou mais importante, em termos de invenção, quanto os maiores cientistas. O vizinho é brega, mas faz companhia. Quem se importa se os pijamas de seda estão aí?
E não dá para não pensar se a cabeça fica latejando para sempre e a consciência dizendo que está tudo uma grande merda. Ficar estátua não é uma boa idéia, mas pelos menos não desarruma a cama, que foi toda pensada por alguém que tinha muito o que fazer e não via a inutilidade na arrumação diária. Garganta estourada e o pescoço que não se sustenta por muito tempo.
A dor de cabeça quando começa a amanhecer. E a música brega. Caso o telefone tocasse poderia até rir das repetições do andar de cima. Ou da frase sobre bichos de seda. Mas nada vai acontecer enquanto as melhores e mais impensadas atitudes não forem tomadas. Lição número um ou apenas uma idéia idiota? Perguntas sem respostas como aquela sobre o bicho de seda.
A garganta estourando e ainda assim eu grito. É verdade que eu não falo baixo quando sei que estou certa.
É engraçado mas agora mesmo estou certa de que alguma atitude perdida devia ter sido tomada. Sou feliz demais para dizer que poderia me matar, mas se pelo menos eu morresse sem querer, já teria a ver com o alívio.
A luz do abajur é rosada e os corações da calça do pijama também. Queria ter feito mais por mim mesma durante os anos em que podia. Mas agora é coisa de ser tarde. É coisa de ser enjoada, de ser atrasada, de ser retrógrado demais. De ser inútil, de ter chegado na hora errada ou ter um bode na sala. O mesmo tipo de música deprimente cantada em inglês e francês. Uma coletânea de novela. Greatest hits. Novelas. Love songs. Uma coisa feia e grande.
Respirar sem pensar. Se pensar, é sufocar. Estar errado é profundamente irritante para qualquer um. Queria acreditar que aquilo tudo era mesmo sem sentido, que era inútil, a coisa mais inútil do mundo. Queria mesmo recuperar a lucidez e parar de pensar que perdi a chance da vida de ter chegado até o fim em alguma coisa, mesmo que fosse aquilo. E era muito fácil tomar uma atitude de vez, estava tudo nas mãos quando tomei a decisão, novamente, de esperar pelos outros. Repetição, assunto recorrente, mas quem se importa? Se for assim o jeito que a pessoa encontra de ter forças para tomar o próximo copo d’água no dia, não há problema. Dizem que o ideal diário é 8 litros. Bem mais da metade disso, dependendo do grau da concentração de tentar viver sendo triste. De segurar a alegria para momentos banais, desperdiçar propositalmente. Por mais que digam tudo a respeito do meu sorriso, não me lembro de sorrir muito. Não sinto ter sorrido esse tanto.
Às três da manhã começei a prestar atenção no teto.Chorei soluços. Sem lágrimas mesmo. Sem sentido. Contorcendo-me na cama até pegar no sono pesado.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Vem Jesus liberte o coração do nordestino
Do homem, do menino que nasceu aqui.
Vem Jesus transforme, mude sua história faz ele feliz!
Do menino que brinca de baleadeira, da mulher rendeira lá do Ceará...
Do homem boiadeiro que canta toada para não chorar...
A seca castiga e o gado morre, e o rio é dos olhos teus
Meu Nordeste carente, povo tão valente,
Deus ama você.
Vem Jesus...
Ceará, Alagoas, Paraíba, Sergipe,
Pernambuco, Bahia...
Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão
Eita terra linda...
Meu Jesus morreu também pelo Nordeste, pelo Sertão,
Pelo Agreste, pelo sanfoneiro
Pelo homem sem escola, homem sem vitória
Pelo violeiro...
Vem Jesus...
Nordestino querido você que me escuta
Pelo Sertão, pela cidade
Jesus Cristo deseja encher tua vida
De felicidade...
Meu Jesus morreu também pelo Nordeste, pelo Sertão,
Pelo Agreste, pelo sanfoneiro
Pelo homem sem escola, homem sem vitória
Pelo violeiro...
(Só pq essa Música ñ sai da minha cabeça...)
Do homem, do menino que nasceu aqui.
Vem Jesus transforme, mude sua história faz ele feliz!
Do menino que brinca de baleadeira, da mulher rendeira lá do Ceará...
Do homem boiadeiro que canta toada para não chorar...
A seca castiga e o gado morre, e o rio é dos olhos teus
Meu Nordeste carente, povo tão valente,
Deus ama você.
Vem Jesus...
Ceará, Alagoas, Paraíba, Sergipe,
Pernambuco, Bahia...
Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão
Eita terra linda...
Meu Jesus morreu também pelo Nordeste, pelo Sertão,
Pelo Agreste, pelo sanfoneiro
Pelo homem sem escola, homem sem vitória
Pelo violeiro...
Vem Jesus...
Nordestino querido você que me escuta
Pelo Sertão, pela cidade
Jesus Cristo deseja encher tua vida
De felicidade...
Meu Jesus morreu também pelo Nordeste, pelo Sertão,
Pelo Agreste, pelo sanfoneiro
Pelo homem sem escola, homem sem vitória
Pelo violeiro...
(Só pq essa Música ñ sai da minha cabeça...)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
Eu sinto Falta... :/
"A gente perde pra ganhar
E quando ganha não se deixa passar
Não quero que passe
Como o vento que
Espalha e deixa as suas marcas
Que estranho isso pra mim
Um dia você chora, um dia você ri
A nossa história começa aqui
Sem dia pra acabar
Sem tempo pro fim..."
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Limites,***
ás vezes é dificel ver os limites que criamos.
Até atravessá-los.
é aí que confiamos em quem amamos para nos impulsionar.
E nos dar algo para confiar.
Então há os limites claramente demarcados,
e os que ousar ultrapassar,
Talvez nunca ache o caminho de volta.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
FeliizNiiver Danny :)
Quando o assuno é família, no fundo, ainda somos crianças.
Não importa o quão velhos fiquemos, sempre precisamos de um lugar para chamar de lar.
Porque sem as pessoas que mais ama,
Você ñ pode evitar em se sentir sozinho no mundo.
Felizmente, a angústia gosta de companhia.
Pelos mesno por enquanto.
Não importa o quão velhos fiquemos, sempre precisamos de um lugar para chamar de lar.
Porque sem as pessoas que mais ama,
Você ñ pode evitar em se sentir sozinho no mundo.
Felizmente, a angústia gosta de companhia.
Pelos mesno por enquanto.
Alguns dizem que o Amor é um rio.
Alguns dizem que o Amor é uma música boba.
Alguns dizem que o Amor está ao nosso redor.
Nos eleva para onde pertencemos.
Alguns dizem que o Amor é ouvir risadas durante a chuva.
Todos sabemos que...
Amor é sofrimento.
Alguns dizem que o Amor é um segredo a ser guardado.
Mas para algumas pessoas, o Amor é sempre uma batalha.
Há músicas que nos fazem querer dançar,
Músicas que nos fazem querer cantar juntos,
Mas as melhores Músicas são aquelas que nos levam de volta
á primeira vez que as ouvimos
e, mas uma vez partem nosso coração.
Alguns dizem que o Amor é uma música boba.
Alguns dizem que o Amor está ao nosso redor.
Nos eleva para onde pertencemos.
Alguns dizem que o Amor é ouvir risadas durante a chuva.
Todos sabemos que...
Amor é sofrimento.
Alguns dizem que o Amor é um segredo a ser guardado.
Mas para algumas pessoas, o Amor é sempre uma batalha.
Há músicas que nos fazem querer dançar,
Músicas que nos fazem querer cantar juntos,
Mas as melhores Músicas são aquelas que nos levam de volta
á primeira vez que as ouvimos
e, mas uma vez partem nosso coração.
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